O ministro Antonio Patriota (Relações Exteriores) minimizou nesta segunda-feira (29) informação de que os Estados Unidos teriam espionado delegação brasileira e de outros países no Conselho de Segurança da ONU, em 2010.
Documentos sigilosos divulgados pela revista "Época" indicam que os Estados Unidos espionaram 8 dos 15 integrantes do grupo em maio daquele ano, para antecipar como seriam os votos sobre sanções contra o governo do Irã.
"Não chega a ser um segredo que exija um aparato de alta sofisticação você descobrir como é que um país vai votar no Conselho de Segurança. Por uma ação diplomática perfeitamente lícita e permitida - e que é mesmo da essência do nosso trabalho como diplomata - você pode muito bem através de contatos com diferentes missões, interlocutores [como] jornalistas, entre outros, ficar sabendo qual é mais ou menos a orientação de cada país", disse o chanceler em coletiva de imprensa.
Para ele, as denúncias mais recentes envolvendo espionagem norte-americana no Brasil "nos preocupam de uma maneira mais direta". "Porque tem a ver com práticas que aparentemente estão ocorrendo enquanto nós conversamos aqui", justificou.
Patriota lembrou que a Convenção de Viena garante o sigilo das comunicações de missões diplomáticas e ponderou que a inviolabilidade das informações é tarefa também dos chefes de postos diplomáticos. O ministro ponderou ainda que suspeitas de espionagem "são recorrentes".
"Quando houve iniciativa da intervenção militar norte-americana e britânica no Iraque em 2003 surgiram várias notícias falando de espionagem nas missões do México e do Chile, que eram membros não-permanentes do conselho de segurança naquela época", citou como exemplo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário