Grupo Folclórico Reisado de Juerana - Bumba-Meu-Boi / Samba de Roda / Reisado


Dona Dalva, mãe do Bumba, responsável por trazer aos dias de hoje uma parte da historia da nossa cultura, deixa um patrimônio riquíssimo. Faleceu em ....../...../.....
(Abaixo textos com fotos detalhando a trajetória )
Bumba-Meu-Boi / Samba de Roda / Reisado



Aqui, o cortejo contando sua história pelas ruas da Vila Juerana, em direção ao seu palco maior que é a Igreja de Nossa Senhora de Portugal.



























A origem  do bumba meu boi surgiu no nordeste do país. Sobre o surgimento dessa festa, ouvem-se lendas mas, todas sem qualquer fundamento histórico. Uma dessas lendas, em torno de seu surgimento, diz que essa festa surgiu no Estado do Piauí, pois a região onde hoje se situa o Piauí começou a ser povoada por vaqueiros que vinham da Bahia em busca de novas pastagens para o gado.

Porém, o único fato conhecidamente certo sobre a história do surgimento dessa festa é o de um episódio ocorrido no período da dominação holandesa no estado de Pernambuco, mais precisamente em Recife. Esse acontecimento é denominado de episódio do Boi Voador, e que, a partir dai, teria evoluído para uma lenda com uma história mais elaborada, tal como é hoje.
Mas é no Estado do Maranhão que o bumba meu boi tem sido mais valorizado em todo o nordeste e, dali, exportado para o Estado do Amazonas com o nome de boi-bumbá, visitado anualmente por milhares de turistas que vão conhecer o famoso Festival Folclórico de Parintins, realizado desde 1913.
Atualmente, a essência da lenda enlaça a sátira, a comédia, a tragédia e o drama, e demonstra sempre o contraste entre a fragilidade do homem e a força bruta de um boi. Esta essência se originou da lenda de Catirina e Pai Francisco, de origem nordestina. Ao ser levada para a região Norte, sofreu adaptação à realidade amazônica, e faz reverência ao boi como se esse fosse nativo da floresta Amazônica (o que é historicamente incorreto, pois o gado bovino não é nativo das Américas), também exaltando a alegria, sinergia e força das festas coletivas indígenas.
Ao espalhar-se pelo país, o bumba meu boi adquire nomes, ritmos, formas de apresentação, indumentárias, personagens, instrumentos, adereços e temas diferentes. Dessa forma, enquanto em Pernambuco é chamado boi-calemba ou bumbá; no MaranhãoRio Grande do NorteAlagoas e Piauí é chamado bumba meu boi; no Ceará, é boi de reis, boi-surubim e boi-zumbi; na Bahia, é boi-janeiro, boi-estrela-do-mar, dromedário e mulinha-de-ouro e Bumba-Meu-Boi; em Minas GeraisRio de JaneiroCabo Frio e Macaé (em Macaé, há o famoso boi do Sadi) é bumba ou folguedo-do-boi; no Espírito Santo é boi de reis; em São Paulo é boi de jacá e dança-do-boi; no Pará e Amazonas, é boi-bumbá ou pavulagem; no Paraná, em Santa Catarina, é boi-de-mourão ou boi-de-mamão; no Rio Grande do Sul é bumba, boizinho, ou boi-mamão.
No sul da Bahia, foi trazido segundo conta a historia, através dos tropeiros, que vinham a nossa região em busca de trabalho, e com eles trouxeram  a tradição.
Estima-se que a família, pais e avós de D. Dalva  chegaram   aqui por volta de 1900, e conta-se que ela participava das apresentações desde sua infância.

Personagens 

Os personagens do bailado são humanos e animais. Os femininos são representados por homens travestidos. O Capitão é o comandante do espetáculo. Há também, Mateus e Catirina, personagens bastante conhecidos que apresentam os bichos, cantam e dançam de forma engraçada, divertindo muito o público. Fazem parte ainda do elenco: Bastião, a pastorinha, a dona do boi, o padre, o doutor, o sacristão, Mané Gostoso, o Fanfarrão, a ema, a burrinha, a cobra, o pinica-pau e ainda os personagens fictícios: o Caipora,o Babau, o morto carregando, o vivo e o Jaraguá.
Existem vários personagens e variam bastante entre os diferentes grupos, mas os principais são os seguintes:
Amo: representa o papel do dono da fazenda, comanda o grupo com auxílio de um apito e um maracá (maracá do amo) canta as toadas principais;
Pai Chico ou Mateus: empregado da fazenda, ou forasteiro, dependendo do grupo, rouba ou mata o boi para atender o desejo de mãe Catirina. O papel desempenhado por esta personagem varia de grupo para grupo, mas na maioria das vezes desempenha um papel cômico;
Mãe Catirina ou Catirina: Catirina é uma negra muito desinibida que, em alguns bumbas, é a mulher de Mateus. Mulher do pai Chico, que grávida deseja comer a língua do boi. Coloca enchimento na barriga para parecer que está gestante;
Boi : é a principal figura, consiste numa armação de madeira em forma de touro, coberta de veludo bordado. Prende-se à armação uma saia de tecido colorido. A pessoa que fica dentro e conduz o boi é chamado miolo do boi;
Vaqueiros: são também conhecidos por rajados. Nos bois de zabumba são chamados caboclos de fita. Em alguns bois existe o primeiro vaqueiro, a quem o fazendeiro delega a responsabilidade de encontrar pai Chico e o boi sumido, e seus ajudantes que também são chamados vaqueiros;
Índios, índias e caboclos: têm a missão de localizar e prender Pai Chico. Na apresentação do boi, proporcionam um belo efeito visual, devido à beleza de suas roupas e da coreografia que realizam. Alguns bois, principalmente os grupos de sotaque da ilha, possuem o caboclo real, ou caboclo de pena, que é a mais rica indumentária do boi;
Burrinha: aparece em alguns grupos de bumba meu boi, trata-se de um cavalinho ou burrinho pequeno, com um furo no centro por onde entra o brincante, a burrinha fica pendurada nos ombros do brincante por tiras similares ao suspensório;
Cazumbá: Personagem divertido, às vezes assustador, que usa batas coloridas e máscaras de formatos e temática muito variada. Não são todos os grupos de bumba meu boi que possuem cazumbás.

Instrumentos 

Os bois de influência predominantemente indígena, bois de matraca, utilizam ainda os seguintes instrumentos:

maracá: instrumento feito de lata, cheio de chumbinhos ou contas de Santa Maria. É um instrumento de origem tanto africana como indígena;
matraca: feita de madeira, principalmente pau d'arco, é tocada batendo-se uma contra a outra;
pandeirão: pandeiro grande, coberto geralmente de couro de cabra. Alguns têm mais de 1 metro de diâmetro e cerca de 10 cm de altura. São afinados a fogo.
tambor onça: É uma espécie de cuíca, toca-se puxando uma vareta que fica presa ao couro e dentro do instrumento. Imita o urro do boi, ou da onça.
Os bois de zabumba utilizam principalmente:
tamborinho: pequeno tambor coberto de couro de bicho. O mais comum é usar couro de cutia. É tocado com a ponta dos dedos.
tambor onça: É uma espécie de cuíca. Toca-se puxando uma vareta que fica presa ao couro dentro do instrumento;
zabumba: é um grande tambor, conhecido também como bumbo, é um instrumento típicamente africano;
tambor de fogo: feito de uma tora de madeira ocada à fogo e coberto por um couro cru de boi preso à tora por cravelhas. É um instrumento tipicamente africano;
Os bois de orquestra têm instrumentação muito variada, utilizam instrumentos de sopro como saxofonestrombonesclarinetas e pistões; banjosbumbos e taróis, também mara.



GRUPO FOLCLÓRICO REISADO DE JUERANA
Por várias questões, inclusive de preconceito, o Grupo não mais se apresentava na Vila Juerana, realizando apenas algumas aparições em vilas como a de Taboquinhas no Município de Itacaré, ou em Serra Grande no Município de Uruçuca. Em 2008, a Diretoria de Eventos iniciou o Projeto Resgate Cultural, a partir da aproximação e convencimento da importância da revitalização desse patrimônio,  para que as pessoas que não sabiam do valor, pudessem entender, respeitar e admirá-lo. Esse processo, durou mais ou menos três anos, o que culminou na primeira apresentação em 2011, de forma precária pois, não havia  recursos mas, não se poderia perder a oportunidade de se ter o retorno do Bumba de Juerana.
Toda a Diretoria da Amorviju - Associação de Moradores de Vila Juerana, se empenhou em conseguir pequenos patrocínios, no comercio da própria Vila. Mutirões de costura e ornamentação das vestes, material inclusive para a remontagem do Boi e da Mulinha, logo em seguida da Garça foram realizados e instrumentos foram emprestados de amigos de comunidades vizinhas..
Realizamos a primeira apresentação depois desse longo período, em janeiro de 2011, com o cortejo saindo da Vila Dalva - local da Vila Juerana, onde mora a família de D. Dalva, e batizado em sua homenagem - com destino à Igreja Católica, Nossa Senhora de Portugal.
A vila ficou maravilhada com o ressurgimento do Bumba, seu som característico alegrando as ruas e uma apresentação perfeita em frente à igreja que tiveram como testemunhas os moradores, os veranistas e também alguns turistas que passavam no local.
Recentemente, realizamos apresentações em Serra Grande, na Vila, participando do evento anual de capoeira, o 13° Capoeirando, do Mestre Suassuna, e outras duas na própria Vila.
O Grupo estava separado pelas questões expostas acima, depois das apresentações e com o objetivo de fortalecê-lo, foi criado O Grupo Folclórico Reisado de Juerana.

A criação do Grupo foi também, uma  necessidade na busca por apoio financeiro, pois  não se tem recursos para aquisição de novas indumentárias, e instrumentos.
Todos os integrantes do Grupo, tem as mais variadas atividades, desde uma marisqueira, a ajudantes em diversas áreas que em geral são serviços pesados e braçais.
O nosso potencial turístico nos permite sonhar que brevemente, se apoio for encontrado, estaremos promovendo um riquíssimo  patrimônio Cultural de nossa região e com boas possibilidade de geração de renda, pois visamos transformar o nosso Bumba em  atração turística para a nossa Vila.















































Laércio - Tonho Carpina e Zé Raimundo
Samba de roda é uma variante musical mais tradicional do samba, originário do estado da Bahia, provavelmente, no século XIX.

O estilo musical tradicional afro-brasileiro é associado a uma dança, que por sua vez está associada à capoeira. É tocado por um conjunto de pandeiroatabaqueberimbauviola e chocalho, acompanhado principalmente por canto e palmas.
O Samba de Roda, no Recôncavo Baiano, designa uma mistura de música, dança, poesia e festa. Presente em todo o estado da Bahia, o samba é praticado principalmente, na região do Recôncavo. Mas o ritmo se espalhou por várias partes do país, sobretudo Pernambuco e Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro, já na sua condição de Distrito Federal, se tornou conhecido como a capital mundial do samba brasileiro, porque foi nesta cidade onde o samba evoluiu, adquiriu sua diversidade artística e se estabeleceu, na zona urbana, como um movimento de inegável valor social, como um meio dos negros enfrentarem a perseguição policial e a rejeição social, que via nas manifestações culturais negras uma suposta violação dos valores morais, atribuindo a elas desde a simples algazarra até a supostos rituais demoníacos, imagem distorcida que os racistas atribuíram ao candomblé, que na verdade era a expressão religiosa dos povos negros, de inegável importância para seu povo.
Patrimônio Imaterial 


Origens O "samba" teria surgido por inspiração sobretudo de um ritmo africano, o semba, e teria sido formado a partir de referências dos mais diversos ritmos tribais africanos. Note-se que a diversidade cultural, mesmo dentro da raça negra no Brasil, era bastante notável, porque os senhores de escravos escolhiam aleatoriamente seus indivíduos, e isso tanto fez separarem tipos africanos afins, pertencentes a uma mesma tribo, quanto fez juntarem tipos africanos diferentes, alguns ligados a tribos que eram hostis em seu continente original. Isso transformou seriamente o ambiente social dos negros, não bastasse o novo lugar onde passariam a viver, e isso influenciou decisivamente na originalidade da formação do samba brasileiro, com a criação de formas musicais dentro de um diferente e diverso contexto social. O Samba de roda também é muito semelhante com o jongo.




Contemporaneidade 

A manifestação cultural, na sua forma contemporânea, está presente em obras de compositores baianos como Dorival CaymmiJoão Gilberto e Caetano Veloso. Nos anos 1980, o Samba foi representado por nomes como Zeca Pagodinho e Dudu Nobre. A partir do final dos anos 1990 o Pagode também começou a sofrer a decadência e como a história do samba tem demonstrado , sempre que um gênero começa a perder popularidade, novas formas de se produzi-lo aparecem e mantêm o Samba a principal forma de harmonia musical brasileira, mesmo que sempre se modificando por novas influências. Assim, recentemente este ritmo tem se apresentado pela forma do Samba-reggae, o mais novo gênero, que traz todas as influências do passado e ao mesmo tempo inova com a evolução da Guitarra como elemento de corda substituindo o cavaquinho.

Histórico 

O samba teve início por volta de 1860, como manifestação da cultura dos africanos que vieram para o Brasil. De acordo com pesquisas históricas, o Samba de Roda foi uma das bases de formação do samba carioca.

A manifestação está dividida em dois grupos característicos: o samba chula e samba corrido. No primeiro, os participantes não sambam enquanto os cantores gritam a chula – uma forma de poesia. A dança só tem início após a declamação, quando uma pessoa por vez samba no meio da roda ao som dos instrumentos e de palmas. Já no samba corrido, todos sambam enquanto dois solistas e o coral se alternam no canto.
O samba de roda está ligado ao culto aos orixás e caboclos, à capoeira e à comida de azeite. A cultura portuguesa está também presente na manifestação cultural por meio da viola, do pandeiro e da língua utilizada nas canções.
  • [1] foi considerado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio imaterial. O ritmo e dança teve sua candidatura ao Livro do Tombo (que registra os patrimônios protegidos pelo IPHAN) lançada em 4 de outubro de 2004, e, depois de ampla pesquisa a respeito de sua história, o samba-de-roda foi finalmente registrado como patrimônio imaterial em 25 de novembro de 2005, status que traz muitos benefícios para a cultura popular e, sobretudo, para a cultura do Recôncavo Baiano, berço do samba-de-roda.
Gravações de samba de roda estão à disponibilidade nas vozes de Dona Edith do Prato, natural de Santo Amaro da Purificação, ama de leite dos irmãos Velloso, e amiga de Dona Canô. Dona Edith tocava música batendo faca num prato, do que provém o apelido e sua música ainda é respeitada. O CD Vozes da Purificação contém sambas de roda, na maioria de domínio público, cantados por Dona Edith e o coral Vozes da Purificação.
Outra cantora que está fazendo grande sucesso baseada no samba de roda e na cultura popular do Recôncavo: é Mariene de Castro, com o CD Abre Caminhos, no qual interpreta músicas de Roque Ferreira e outros compositores, com arranjos onde é possível apreciar o profundo conhecimento da cantora. Mariene já cantou com Daniela MercuryBeth Carvalho e outros.
Na Vila Juerana, é também o Grupo Folclórico Reisado de Juerana que realiza rodas de samba em que toda a comunidade expressa toda a sua alegria.